Q fever (or query fever) is a zoonotic infectious disease with worldwide distribution transmitted by an intracellular Gram-negative bacterium, Coxiella burnetii. The most common identified sources of human infection are farm animals, such as sheep, goats and cattle. The disease is endemic in mainland Portugal, with most cases notified in the central and southern regions. Q fever is a complex and pleomorphic disease, with those affected presenting with a wide range of manifestations from acute self-limited flu-like symptoms with good prognosis to persistent localized forms that may harbor a poor prognosis. Cases might occur in an isolated fashion or following outbreaks with great public health repercussion, as seen recently in the Netherlands from 2007 to 2010. Given the complexity of this infection, there is no universal consensus to date on the best strategy to manage Q fever patients. These guidelines provide recommendations regarding the treatment and follow-up of these patients, based on studies, on the author's experience and on the opinion of international experts. The aim is to harmonize the management of these patients taking into account not only the clinical manifestations but also the risk factors of the host in order to reduce disease-associated morbidity and mortality.
A febre Q (do inglês query fever) é uma zoonose de distribuição mundial transmitida por uma bactéria intracelular Gram negativo, Coxiella burnetii. Os ruminantes domésticos são os principais reservatórios implicados na transmissão da doença ao ser humano. Em Portugal continental, esta doença é endémica, com o maior número de casos notificados nas regiões Centro e Sul. A doença causada por C. burnetii é complexa e polimórfica, podendo manifestar-se sob uma forma aguda autolimitada do tipo gripal, com um curso ligeiro a moderado e prognóstico benigno, e/ou sob uma forma persistente, geralmente localizada e de evolução grave ou potencialmente fatal. Pode ocorrer em casos isolados ou em contexto de surtos, alguns com importantes implicações em saúde pública, como o verificado na Holanda em 2007 - 2010. Dada a complexidade e espetro clínico da febre Q, não existe um consenso universal sobre a melhor forma de tratamento, gestão e seguimento destes doentes. Este protocolo é uma sugestão de tratamento e seguimento dos doentes com febre Q, compilando a informação de estudos e opiniões de peritos internacionais e a experiência dos autores. Pretende-se assim uniformizar a gestão destes doentes tendo em conta não só o espetro das suas manifestações clínicas, mas também os fatores de risco do hospedeiro, por forma a reduzir morbimortalidade que a doença possa causar.
Keywords: Coxiella burnetii; Q Fever/drug therapy; Treatment Outcome.