We conducted the first long-term and large-scale study of demographic characteristics and reproductive behavior in a wild jaguar (Panthera onca) population. Data were collected through a combination of direct observations and camera trapping on a study area that operates both as a cattle ranch and ecotourism destination. Jaguars exhibited two birth peaks: April/May and October/November, that are the end and the beginning of the wet season in the Pantanal, respectively. The average litter size was 1.43 ± 0.65. Single cubs made up a total of 65.7% of the births, and we found a slight predominance of females (1.15:1 ratio) in litters. The mean age at independence was 17.6 ± 0.98 months, with sex-biased dispersal, with all males (n = 27) leaving the natal home range and 63.6% of females exhibiting philopatry. The interbirth intervals were 21.8 ± 3.2 months and the mean age at first parturition was 31.8 ± 4.2 months. Our results estimated a lifetime reproductive success for female jaguars of 8.13 cubs. Our observations also indicate that female jaguars can display mating behavior during cub rearing or pregnancy, representing 41.4% of the consorts and copulations recorded. We speculate that this behavior has evolved as a defense against infanticide and physical harm to the female. To our knowledge, this is the first time that such behavior is described for this species. All aggressive interactions between females involved the presence of cubs, following the offspring-defense hypothesis, that lead to territoriality among females in mammals, regardless of food availability. In the face of growing threats to this apex predator, this work unveils several aspects of its natural history, representing a baseline for comparison with future research and providing critical information for population viability analysis and conservation planning in the long term.
Este é o primeiro estudo de longo prazo e em grande escala de características demográficas e de comportamento reprodutivo em uma população selvagem de onças-pintadas (Panthera onca). Os dados foram coletados por meio de uma combinação de observações diretas e armadilhamentos fotográficos em uma área de estudo que atua tanto como fazenda de pecuária quanto como destino ecoturístico. As onças-pintadas apresentaram dois picos de nascimento: abril/maio e outubro/novembro, que são o final e o início da estação chuvosa no Pantanal, respectivamente. O tamanho médio da ninhada foi 1.43 ± 0.65. Filhotes únicos representaram um total de 65.7% dos nascimentos, e encontramos uma ligeira predominância de fêmeas (proporção 1.15:1) nas ninhadas. A idade média de independência foi de 17.6 ± 0.98 meses, com uma dispersão sexo-assimétrica, com todos os machos (n = 27) deixando a área natal e 63.6% das fêmeas apresentando filopatria. O intervalo entre ninhadas foi de 21.8 ± 3.2 meses e a idade média da primeira cria foi de 31.8 ± 4.2 meses. Nossos resultados estimaram um sucesso reprodutivo médio ao longo da vida para onças-pintadas fêmeas de 8.13 filhotes. Nossas observações também indicam que as onças-pintadas fêmeas podem apresentar comportamento de acasalamento durante a criação dos filhotes ou da gestação, representando 41.4% das cortes e cópulas registradas. Especulamos que esse comportamento tenha evoluído como uma defesa contra infanticídio e danos físicos à fêmea. Segundo nosso conhecimento, está é a primeira vez que tal comportamento é descrito para esta espécie. Todas as interações agressivas entre fêmeas envolveram a presença de filhotes, seguindo a hipótese de defesa da prole, que levam à territorialidade entre fêmeas em mamíferos, independentemente da disponibilidade de alimento. Diante das crescentes ameaças a este predador de topo, este trabalho revela vários aspectos de sua história natural, representando uma base de comparação com pesquisas futuras e fornecendo informações críticas para a análise de viabilidade populacional e planejamento de conservação em longo prazo.
Keywords: Pantanal; behavior; conservation planning; demography; infanticide; jaguars; population dynamics; reproduction.
© The Author(s) 2023. Published by Oxford University Press on behalf of the American Society of Mammalogists.